segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Abstrair


Existem tantos substantivos abstratos. Devem ser abstratos para que possamos abstrair. Abstrair o abstrato. Uma arte para artista.

Perco tanto tempo pensando...Penso em como eu poderia ser, o que eu poderia fazer.Mais de tanto que penso, nada sou, nada faço.

Eu poderia ser uma artista se tivesse segurança e firmeza, nas minhas atitudes.

Tenho lapsos. Não consigo guardar as coisas na mente por muito tempo.

Parece que minha cabeça é seletiva, ela por conta propria escolhe o que deve ficar guardado e o que deve ser esquecido.

Em uma tarde de sabado, uma tarde feia e vazia. Duas pessoas, ou dois corpos com pouca alma se encontram para tentar se prencher de alguma forma. Isso é o papel do amigo. Tentar ajudar um ao outro. O dificil é ajudar quando você também precisa de ajuda.

Na falta de opção, nada melhor que prencher esse vazio com comida. Pelo menos enche.

Um filme de boa qualidade ou não. Um pote de sorvete e uma pizza. O sabado se encheu. Mais as pessoas não.

Babaloo, minha amiga, é confusa, mais é segura de seus atos e tem auto-controle. Somos tão diferentes...Mais nesse dia estavamos tão iguais. Vazias, sem atitudes, sem ter para onde ou para quem recorrer, e no peito, um desejo. O desejo de reencontrar aquele que por maldade ou não, mudou os nossos dias.

Já estava tarde, e a vontade de dormir para acabar logo com esse dia crescia. Fui embora... Desviei meu caminho. Tudo que eu queria era ve-lo. Mesmo que fosse de longe. Passei na frente da sua casa. Lá estava tendo uma festa. Passei devagar, olhei com esperanças e vi. Vi quem eu queria ve. O medo de que eu também fosse vista subiu rapido para a cabeça, e na mesma velocidade fui embora. Foi tão imbecil eu ter passado por lá. Imbecil como tudo que já fiz quando se trata desse Broto.

Não sei explicar o que acontece comigo. Parece que tem um espirito que entra no meu corpo e me domina.

Cheguei em casa, tomei um longo banho. Gosto de sentir a água quase fria, bem pesada, batendo no meu corpo e escorrendo para o ralo. Parece que tudo escorre, e vai para o esgoto. Todas as coisas podres que estavam em mim.

Deitei e dormi.



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